Horácio João
O Reitor da Universidade Católica de Moçambique (UCM), o Professor Doutor Padre Filipe Sungo, avalia negativamente o desempenho dos políticos nesta campanha eleitoral que caminha para a fase crucial, por estes não conseguirem trazer mensagens convincentes aos potenciais votantes.
O académico adverte aos candidatos à Presidente da República e a outros políticos envolvidos na campanha eleitoral, que a aldrabice aos eleitores pode ser fatal nas urnas.
Falando em conferência de imprensa, na cidade de Chimoio, no final da cerimônia de graduação de 399 licenciados e 37 mestres pela UCM, Filipe Sungo disse que o elevado défice de visão na gestão estratégica do país pela parte das diferentes formações políticas que, neste momento, concorrem para as Eleições Presidenciais, Legislativas e das Assembleias Provinciais, rumo ao sufrágio do dia 9 de Outubro próximo, pode vir a prejudicar largamente aos visados neste escrutínio.
A aldrabice e mentiras descabidas afiguram-se, na versão do conferencista, como principal foco das caravanas durante contacto interpessoal para granjear simpatia neste pleito, o que censurou severamente.
Para o clérigo Filipe Sungo, aldrabice e mentiras constituem pecado, segundo as escrituras sagradas, e apelou aos políticos a prometerem aos eleitores intenções realistas, de acordo com as condições de desenvolvimento que o país se dispõe.
“… que os nossos Partidos e Candidatos (das Eleições Presidenciais) procurem ser honestos, porque agora, com a (evolução) dos meios de comunicação, a sociedade está muito atenta”- avisou.
O académico em referência foi ainda mais longe ao sustentar que, assim, alguém pode ficar penalizado pela ausência da honestidade.
“Então, procuremos ser sérios e respeitar a Lei que regula todo o processo eleitoral. E espero que os Partidos e Candidatos tenham o tempo suficiente de corrigir e propor aquilo que eles têm, sem aldrabices”- sentenciou Filipe Sungo.
Deterioração da moral
A moral da sociedade está profundamente deteriorada, sendo que todos somos chamados, mais uma vez, a caminhar de “mãos dadas”.
O Padre Filipe Sungo fez este tipo de pronunciamento quando instado pelos jornalistas a comentar sobre o recente episódio de exumação do corpo de uma adolescente, na Beira, para a prática do crime de necrofilia por parte de desconhecidos, que, para ele, isto traduz a crescente degradação de valores morais e éticos.
“Por isso, somos convidados, como toda uma sociedade inteira e as forças vivas, com urgência moralizar a sociedade com “mãos dadas”- concluiu àquele líder da Igreja Católica.