Manuel de Araújo lança “Pedalando Moçambique – Quo Vadis Democracia?”

Manuel de Araújo, político moçambicano e actual presidente do Município de Quelimane, lançou oficialmente na sexta-feira, a sua mais recente obra literária, “Pedalando Moçambique: Quo Vadis Democracia? e outras reflexões”, na Associação Cabo-Verdiana em Lisboa.

O livro é uma colectânea de textos escritos e publicados durante o que o próprio autor chama de “exílio académico e profissional”.

Segundo o Jornal Txopela, a obra, publicada sob a chancela da Gala-Gala Edições, é mais do que um exercício de memória, é uma radiografia crítica de Moçambique, uma travessia entre a bicicleta política e os labirintos de um país onde a democracia anda a pedais e muitas vezes de marcha atrás.

Nas palavras de Manuel de Araújo, esta primeira edição junta textos dispersos, mas unidos por um fio condutor, a inquietação com o estado da nação. São reflexões nascidas longe da pátria, mas com o coração preso às praças, ruas e becos onde se disputa a verdadeira política moçambicana, aquela que raramente aparece nos discursos oficiais, mas se escuta no murmúrio das panelas vazias.

“O lançamento em Lisboa pode parecer discreto, mas carrega simbolismo e peso, num contexto de crescente repressão política, ataques à liberdade de expressão e um sistema cada vez mais fechado sobre si mesmo, a publicação de uma obra como esta é, em si, um acto de resistência”, cinsidera o autor.

Com distribuição já activa em Maputo, Matola, Xai-Xai, Inhambane, Chimoio e Beira, através das livrarias Mabuko, Sequoia e Escolar Editora, está previsto um lançamento formal em solo moçambicano ainda no mês de Maio.

O título não deixa espaço para leituras neutras: Quo Vadis Democracia? é uma pergunta dirigida ao regime, aos partidos, às instituições e também ao povo que, muitas vezes, segue pedalando sem saber bem para onde — ou para quê.

E como quem pedala contra o vento, Manuel de Araújo avança, entre páginas e polémicas, numa estrada onde a liberdade parece ser o último destino.