Filipe Nyusi ignorou Pio Matos que viajou a Maputo para persuadir vitoria da Frelimo – diz Manuel de Araújo

O Presidente reeleito na autarquia de Quelimane, Manuel de Araújo, agradeceu ontem o Presidente da República, Filipe Nyusi, que não cedeu às pressões do primeiro-secretário do comité provincial da Frelimo na Zambézia, Paulino Lenço e do governador daquela província, Pio Matos, para manter a vitória do partido no poder naquela cidade, anunciada pela Comissão Nacional de Eleições (CNE), no dia 26 de Outubro.

Segundo Araújo, os dois dirigentes viajaram na semana passada á cidade de Maputo, para persuadir Filipe Nyusi, Presidente da Frelimo e da República de Moçambique á ordenar o Conselho Constitucional a proclamar a derrota da Renamo em Quelimane. “Graças a Deus o Presidente Nyusi não ouviu o pedido daqueles dois dirigentes e deixou o Conselho Constitucional trabalhar”, disse Araújo.

Continuando com o seu discurso, Araújo disse: “A partir de hoje, a nossa marcha vai ser pelo desmantelamento da Frelimo armada e pela demissão daquele senhor da Suíça, de nome Mirko Manzoni, porque ele nos fez entregar as armas e continua a comer o dinheiro das Nações Unidas a custa do sangue dos moçambicanos”, afirmou o reeleito Presidente do Municipio de Quelimane, Manuel de Araújo.

Manuel de Araújo que falava sábado, em Quelimane, assegurou ter enviado uma mensagem a António Guterres, Secretário-geral das Nações Unidas, para demitir Mirko Manzoni, porque, segundo o edil, não merece estar naquele órgão.

Manzoni é representante especial do Secretário Geral das Nações Unidas, António Guterres dem Moçambique e chefe do grupo de contacto da comunidade internacional, no âmbito do processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR).

De Araújo critica Manzoni pelo silêncio após terem sido usadas armas nas eleições autárquicas. “Houve o uso excessivo de armas pela Polícia da República de Moçambique (PRM), durante o processo eleitoral autárquico de 11 de Outubro”, disse, para quem esta acção foi protagonizada pela Frelimo.

Segundo Manuel de Araújo, Manzoni foi corrido da Suíça, onde era diplomata, alegadamente, por não ser honesto. “Este homem não promove a paz nem a democracia. Um homem desses não merece ser um assessor do secretário-geral das Nações Unidas”, afirmou De Araújo.

Por outro lado, o edil reeleito exige a demissão imediata do presidente da Comissão Nacional de Eleições, Dom Carlos Matsinhe, e do director-geral do STAE, Loló Correia e endereceu agradecimentos aos juízes do Conselho Constitucional, em especial a senhora Lúcia Ribeiro, e ao Presidente da República, Filipe Nyusi, que não cedeu às pressões do primeiro-secretário do comité provincial da Frelimo na Zambézia, Paulino Lenço e do governador daquela província, Pio Matos.

Também agradeceu às mulheres pelas marchas incessantes nos últimos 43 dias para reposição da verdade material das eleições autárquicas de 11 de Outubro e à imprensa, que esteve sempre consigo.

Agradeceu em especial um jovem, “há um miúdo a quem quero agradecer em particular, porque foi raptado, torturado e ameaçado para indicar a casa de cada um dos membros da minha equipa.”, terminou o seu discurso, apelando à união dos membros e da população em geral.