O dado foi avançado pelo Governador da província da Zambézia, Pio Matos, durante as cerimónias que marcaram a passagem do Dia Mundial da População, assinalado a 11 de Julho.
Pio Matos, disse que a População feminina, na Zambézia, registou, nos últimos cinco anos, um assinalável crescimento ao passar de 2,6 milhões de pessoas para 3,1 milhões, das quais 2,1 milhões vivem na zona rural e enfrentam muitas dificuldades para aceder à informação e cuidados sobre os direitos da saúde sexual e reprodutiva.
O crescimento real foi de 514.324 mulheres, segundo o governador da Zambézia, Pio Matos. Falando no povoado de Vila Valdez, distrito de Maganja da Costa, defendeu que um maior investimento na saúde reprodutiva e sexual pode reduzir os gastos públicos.
Segundo Pio Matos, a população da Zambézia está a crescer a um ritmo bastante acelerado, o que implica maior cometimento e engajamento do governo e das famílias no planeamento familiar.
A taxa média de fecundidade por mulher na Zambézia é de cinco filhos, o que pode concorrer para desajustes sociais se as famílias e governo não tomarem decisões acertadas.
Apesar da crescente adesão ao planeamento familiar, que passou de 25 para 47 por cento, muitas mulheres continuam a fazer muitos filhos.
Segundo o governador da Zambézia, o chefe do agregado familiar pode ter muitas dificuldades de prover alimentação adequada, cuidados de saúde, educação e de dar resposta a muitos problemas sociais, em caso de família numerosa.
Indicou que nos próximos anos, a província da Zambézia, deverá investir na protecção dos direitos reprodutivos da mulher.
Segundo ele, as mudanças climáticas, os ataques terroristas e outros cataclismos sociais estão a contribuir, de forma drástica, para o défice na produção de alimentos, daí que cada família tem que ter consciência das decisões que toma no que concerne ao número de filhos que pretende ter e que condições tem para cuidar deles.
Pio Matos apontou alguns progressos registados no que tange à provisão de serviços básicos à população. Matos disse que nos últimos cinco anos os partos institucionais cresceram de 64 para 84 por cento, mercê dos investimentos públicos e de parceiros.
Acrescentou que a taxa bruta de admissão no ensino primário é de 150 mil crianças por ano, o que implica maior investimento na construção de infra-estruturas escolares, sanitárias, provisão de água e contratação de mais professores e pessoal da saúde.