O cativeiro é desmantelado uma semana após o Presidente da República, Filipe Nyusi, ter apelado à polícia da República de Moçambique (PRM), para apresentar pelo menos um mandante dos raptos ao público.
O Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC), anunciou hoje o desmantelamento, de uma residência de luxo, na cidade da Matola, província de Maputo, que era utilizado como cativeiro para vítimas de raptos.
Na mesma ocasião, o SERNIC anunciou que o empresário Mohammad Mayet, sequestrado a 26 de Junho na avenida Guerra Popular, na cidade de Maputo, já se encontra no convívio familiar.
O porta-voz do SERNIC, Hilário Lole, falava à jornalistas após apresentar a casa utilizada pelos autores dos últimos raptos na cidade de Maputo. O porta-voz explicou que o empresário foi mantido em cativeiro no dia 26 de Junho, numa residência localizada no condomínio Tchumene-1, mas viria a escapar do local através do tecto da casa.
Hilário Lole, explicou que a vítima do rapto ocorrido no bairro da Polana Cimento “A”, cidade de Maputo, estava a ser transportada para aquele mesmo cativeiro, “Já identificamos os raptores dos crimes do dia 26 de Junho (baixa da cidade), 20 de Julho (Alto Maé) e 22 de Julho (Museu), todos na cidade de Maputo”.
No interior da casa foram encontrados instrumentos para seviciar as vítimas, como pregos, martelo, cadeado e correntes. Um individuo de 38 anos de idade foi detido, acusado de ser o logístico da quadrilha.
O porta-voz disse que está na posse de informações precisas daqueles que são os mandantes destes raptos, de alguns executores. “Temos alguns movimentos de entrada e saída destes indivíduos porque vem da África do Sul. Dos executores dos raptos ocorridos no sábado, assim como no final do dia de ontem. Já estão aqui no país há sensivelmente uma semana. Um deles já terá regressado, ontem mesmo, logo depois da neutralização deste indivíduo”, disse o porta-voz, assegurando que decorrem mais investigações para a identificação do proprietário do “cativeiro.
Entretanto, o Presidente da República, Filipe Nyusi, pediu na última quarta-feira à polícia da República de Moçambique (PRM), para apresentar pelo menos um mandante dos raptos ao público. Filipe Nyusi fez este apelo na abertura do 34º Conselho Coordenador do Ministério do Interior.
“O crime de rapto continua um desafio para o nosso Serviço Nacional de Investigação Criminal e, em geral, para a corporação da lei e ordem, mas tragam pelo menos um mandante e acreditem que a narrativa vai mudar. Os mandantes são muitos medrosos. Basta tomarmos uma certa medida coerciva, logo fogem. Alguns inventam viagens de repente e não mais regressam, são esses”, acusa Filipe Nyusi.
É que com vários casos de raptos registados nos últimos dias, a polícia tem elementos suficientes para estudar e desenhar melhores estratégias de combater este mal que está a afugentar investidores do país.