Renovar valores e crenças – Apela a Ordem dos Advogados

A Ordem dos Advogados de Moçambique (OAM), exorta a sociedade moçambicana a apostar ativamente num processo de renovação dos valores, crenças e objetivos coletivos e individuais que conduzam à justiça social, mas sobretudo, ao bem-estar de todos.

Esta exortação está num comunicado da OAM assinado pelo bastonário Carlos Martins, que acrescenta que a sociedade moçambicana deve abandonar a presunção de um destino inglório, no espírito e na esperança.

A Ordem dos Advogados apela a uma reflexão do “que se quer do país” face aos protestos e vandalismo pós-eleitorais que se agudizaram após a proclamação dos resultados pelo Conselho Constitucional. “É tempo de se parar e pensar o que se quer deste país. Temos de acreditar na grandeza da nossa nação e do seu povo para ultrapassarmos o momento atual”.

Em Moçambique, sobretudo a cidade e província de Maputo, agudizaram-se os protestos contra os resultados eleitorais proclamados pelo CC, que atribuem a vitória à Frelimo, partido no poder, e ao candidato presidencial que o suporta, Daniel Chapo.

A Ordem alerta para a “institucionalização da anarquia” no país, do medo coletivo e de “pequenos poderes privados radicalizados”, criticando igualmente a atuação das Forças de Defesa e Segurança face à destruição de bens públicos e privados durante protestos.

“A fuga de prisioneiros da Cadeia da Machava – Cadeia Central de Maputo, a recuperação de alguns e a chacina que se seguiu de alguns desses prisioneiros capturados, injustificada tendo em conta que já se encontravam nas mãos e sob o domínio das autoridades, numa atuação propositadamente criminosa, revelam nessa injustificada forma de atuar, repugnante, uma sociedade doente, em que as lideranças perderam totalmente a autoridade”, lê-se na mensagem do bastonário Carlos Martins.

Segundo o Comandante da PRM, Bernardino Rafael, pelo menos 1.534 reclusos evadiram-se na tarde de quarta-feira da Cadeia Central de Maputo, de máxima segurança. Afirmou ainda que tratar-se de uma ação “premeditada” e da responsabilidade de manifestantes pós-eleitorais em que morreram 33 pessoas.