BAD assinala 60 anos focado na transformação da África

Alcides Tamele – Colaboração

O BANCO Africano de Desenvolvimento (BAD, sigla em português) reuniu recentemente, em Joanesburgo, na África do Sul, dirigentes políticos, especialistas e parceiros para refletir sobre os seus 60 anos e a sua visão para um futuro de transformação social e económica de toda África, e da região Austral em particular.

Discursando na ocasião, a directora regional do BAD, Leila Farah Mokaddem, referiu-se ao impacto dos investimentos nas infraestruturas e as vidas transformadas através do trabalho desta instituição financeira.

“Há 60 anos o Banco nasceu de uma visão para uma África melhor. Hoje, celebramos não apenas os números, mas também as vidas transformadas e as comunidades erguidas através das nossas acções”, afirmou.

Indicou o pacote de 226 projectos no valor de 11 mil milhões de dólares como a principal evidência do empenho do BAD em promover o crescimento sustentável e a integração na África Austral. Entre estas iniciativas destacou o projeto Sub-Regional de Transportes e Facilitação da SADC, de 231,3 milhões de dólares que liga por estrada Moçambique e o Malwi; o projeto de Água do Lesotho, de 2,1 mil milhões de dólares para melhorar a transferência de água e energia; a ponte de Kazungula, de 81,6 milhões de dólares que liga a Zâmbia e o Botswana; bem como o apoio à Transnet, num empréstimo de mil milhões de dólares, para a recuperar o sector de transporte de mercadorias na África do Sul.

Na ocasião, o ministro das Finanças sul-africano, Enoch Godongwana, afirmou que o seu país, em particular, e toda a região Austral celebram esta parceria frutífera com o BAD mantendo o foco no trabalho em conjunto por uma África melhor para as futuras gerações.

“Ao reunirmo-nos para celebrar as diferentes realizações desta colaboração, reconhecemos a necessidade de continuar a fazer avançar a agenda de desenvolvimento de África. Este marco dá-nos energia e reforça a nossa a visão partilhada para os próximos 60 anos”, disse.

Sobre esta visão futurista, a directora regional do BAD, Leila Farah Mokaddem, reiterou que o banco continua a priorizar a iniciativas integradas e resilientes aos impactos climáticos como é o caso do Corredor Ferroviário Integrado do Lobito, que liga Angola, a República Democrática do Congo e a Zâmbia, para impulsionar o crescimento económico, as cadeias de valor agrícolas e os investimentos em energias renováveis.

Acrescentou que a missão do BAD esta longe de se considerar concluído, daí renovar o convite a todos os parceiros – governos, sector privado e instituições internacionais – a juntarem-se na construção de uma África mais inclusiva e sustentável.

Criado a 10 de Setembro de 1964, o BAD é actuaente presidido por Akinwumi A. Adesina, cuja direcção manteve a instituição no seu rating AAA, o que permitiu a actualização do seu capital para 318 mil milhões de dólares. Actualmente possui cerca de dois mil funcionários nos 54 países africanos onde está instalado.