Segundo o porta-voz do partido, Marciel Macome, Ossufo Momade está fora do país a cumprir uma agenda que visa dinamizar o propósito da Renamo.
Onde anda o presidente da Renamo, Ossufo Momade? Esta é a pergunta que neste momento paira na mente de todos os moçambicanos comprometidos com a vida política do país. É que dos quatro candidatos concorrentes a presidente da República, Ossufo Momade é o único que ainda não iniciou a corrida eleitoral, que arrancou as 0h do último sábado, situação que está a abrir espaço para especulações de vária ordem.
Ossufo Momade é representado nesta corrida pela Secretária-Geral do partido, Clementina Bomba. A Renamo justifica que o seu presidente está fora do país a cumprir uma missão desta formação política.
Para a Renamo, através do seu porta-voz, Marciel Macome, a ausência do seu líder na campanha eleitoral não deve constituir preocupação porque esta, tem sido a prática, mesmo na época do Presidente Afonso Dhlakama. “Abrir a loja cedo não significa vender”, assim justifica a Renamo a ausência do seu líder, Ossufo Momade.
Marciel Macome, diz ainda que o que é tido como ausência é parte da estratégia do partido. “Neste momento a agenda que (Ossufo Momade) está a cumprir fora do país, visa dinamizar o propósito da Renamo (…) de tal maneira que não poderei partilhar”.
A respeito destes pronunciamentos, alguns analistas políticos entendem que a Renamo tem sim a obrigação de explicar as causas da audiência do seu presidente, lembrando que este candidato recebeu o dinheiro proveniente de impostos dos moçambicanos para a realização da campanha eleitoral.
Kevin Wodrich, analista política, lamenta esta fraca presença de Ossufo Momade, mas coloca a hipótese de o candidato estar doente. “Mas também é sabido que a sua imagem não está muita boa e pode estar a trabalhar com os seus assessores no sentido de procurar se posicionar melhor para os próximos dias”, disse.

Este analista entende ainda que os partidos e os seus candidatos receberam dinheiro para trabalhar e, o público quer ouvir do senhor Momade as suas ideias sobre como vai governar o país caso vença as eleições. A CNE anunciou que cada um dos candidatos a Presidente da República tem direito a 21 milhões de meticais para as despesas de campanha. CNE desembolsa 260 milhões de meticais para Campanha Eleitoral (aimnews.org)
“É por isso que eu defendo que deve haver filtragem dos partidos que devem participar dos processos eleitorais, porque alguns só aparecem nos momentos eleitorais só para receberem dinheiro”, disse, Kevin Wodrich, num programa da TV Sucesso, salientando que o próprio Ossufo Momade tem atitudes de alguém que não está interessado em alcançar o poder.
Lembrar que Momade foi também o único candidato à presidência da República que não foi a nenhuma das entrevistas promovidas tanto por órgãos públicos assim como por órgãos privados.
Fonte da administração do canal público Rádio Moçambique disse à Lusa que o principal partido da oposição tem enviado mensagens gravadas de Ossufo Momade de apelo ao voto na sua candidatura presidencial e no partido para as eleições legislativas e provinciais, aproveitando desta forma, o espaço de tempo de antena que lhe é legalmente reservado.
As ações de campanha da principal força política da oposição têm sido dirigidas por quadros seniores da organização, durante a ausência do seu líder.
As eleições presidenciais vão decorrer em simultâneo com as legislativas e de governadores e das assembleias provinciais, em 9 de outubro próximo.
Mais de 17 milhões de eleitores estão inscritos para votar, incluindo 333.839 recenseados no estrangeiro, segundo dados oficiais.