O Presidente da República, Filipe Nyusi, reuniu hoje em Maputo, com a Comunidade Muçulmana que sem rodeios apontou a falta de diálogo com o povo, como um dos maiores pecados da Frelimo e o seu governo nos últimos anos.
A Comunidade Muçulmana aconselhou a Frelimo, através do Presidente Filipe Nyusi, a mudar o seu comportamento e ser verdadeiramente o partido do povo, dialogando. “O Governo e a Frelimo devem dialogar mais com o povo”, disse Nazir Loonat, que falava ao encontro, na qualidade de representante desta comunidade.
Ao Conselho Constitucional, a comunidade pede mais flexibilidade na divulgação dos resultados das últimas eleições gerais de 9 de Outubro. “O Conselho Constitucional deve apressar-se em declarar os resultados eleitorais, tem de ver as queixas para resolver o problema existente no país”.
Segundo esta comunidade, o Conselho Constitucional tem de ter as provas que vão servir de base para apontar o vencedor das eleições de 09 de Outubro. “Pedimos que prevaleça a justiça”, disse Loonat.
PR lamenta pelas mortes
Entretanto, enquanto o Presidente da República lamenta pelas mortes de cidadãos civis e polícias, bem como pela destruição de infra-estruturas diversas, incluindo sedes de partidos, tribunais, instituições eleitorais, viaturas de pessoas individuais e colectivas, privadas e públicas, o ministro do Interior, Pascoal Ronda, disse que várias zonas da província de Maputo estão hoje, segunda-feira bloqueadas.
Para Pascoal Ronda, as pessoas mais conscientes não aderem a essas manifestações convocadas por Venâncio a partir de parte incerta. Elas são aderidas por pessoas menos conscientes, jovens sobretudo, que consomem bebidas, não das melhores, que consomem estupefacientes e aparecem como pessoas anormais e induzidos a praticar estes actos.
A reunião aconteceu no âmbito das consultas que o Chefe do Estado está a fazer de há uns tempos a esta parte à busca de caminhos para a superação da crise pós-eleitoral que se caracteriza por manifestações com vários episódios de violência em todo o país.
No quadro dos protestos pós-eleitorais, as cidades de Maputo e Matola acordaram hoje com os principais acessos bloqueadas, cenário que provocou congestionamento de tráfego, impedindo muitas pessoas de chegar aos seus destinos.