A Exxon já gastou 2,8 mil milhões de dólares (2,4 mil milhões de euros) para adquirir uma posição importante no projeto Rovuma, o maior projeto de exploração de gás natural da África subsaariana.
A Exxon Mobil Corp está focada em reduzir os custos e redesenhar o projecto de gás natural liquefeito na bacia do Rovuma e promete usar tecnologias para o sequestro do carbono e, deste modo, respeitar as exigências ambientais.
A informação foi dada ao Presidente da República, Filipe Nyusi, na audiência que concedeu ao presidente da multinacional norte-americana, Liam Mallon, que destacou o facto de o país ter o compromisso, a nível global, de trabalhar para a redução das emissões de dióxido de carbono para o nível zero em 2050.
A empresa reafirmou o compromisso de continuar com o investimento de 30 biliões de dólares americanos, tendo em conta que aquele recurso será útil no processo de transição energética.
Segundo o ministro dos Recursos Naturais e Energia, Max Tonela, para o efeito, a multinacional informou ao Chefe do Estado moçambicano estar focada em reduzir os custos e redesenhar o projecto para usar tecnologias para o sequestro do carbono e torná-lo mais limpo.
“O foco da empresa será na redução de custos e redesenho do projecto para a captura do dióxido de carbono e desenvolver sinergias com a Área 1 (explorada pela TotalEnergy) com o objectivo de tirar benefícios mútuos e, nesta perspectiva, ser mais limpo”, afirmou Tonela.
Por seu turno, Mallon disse que a audiência com o PR serviu para reforçar o compromisso da Exxon Mobil com Moçambique e com a área 4 e que o diálogo foi construtivo e positivo.
No entanto, disse lamentar a situação em Cabo Delgado, que tem sido desafiante porque milhares de pessoas foram forçadas a abandonar as suas casas e viram a sua vida interrompida.
“Continuamos a monitorar de perto esta situação. Penso que foi feito um bom progresso, mas deve-se fazer mais. Ela afectou as actividades no geral, tanto na área 1 como na área 4. Essencialmente, estamos parados enquanto a situação melhora”, frisou.
Mallon não avançou, no entanto, quando será tomada a decisão final de investimento, mas é nesta perspectiva que se está a trabalhar.
De acordo com a edição de dia 22 do jornal económico norte-americano, o novo conselho de administração, que inclui um administrador nomeado por um investidor ambiental, e dois outros administradores, já expressou as preocupações ambientais sobre vários projetos, incluindo o investimento na exploração de gás natural na bacia do Rovuma, no norte de Moçambique.
A Exxon já gastou 2,8 mil milhões de dólares (2,4 mil milhões de euros) para adquirir uma posição importante no projeto Rovuma, o maior projeto de exploração de gás natural da África subsaariana, mas há vários anos que adia a decisão final sobre o investimento, que segundo o Governo de Moçambique pode ficar entre os 27 e os 33 mil milhões de dólares (23,2 a 28,3 mil milhões de euros).
Os projetos de gás liderados na Área 1 pela petrolífera francesa Total e na Área 4 pela norte-americana Exxon Mobil e pela italiana Eni representam em conjunto cerca de 50 mil milhões de dólares (42,5 mil milhões de euros) de investimento na bacia do Rovuma, ao largo da província nortenha de Cabo Delgado.
Só o projeto da Área 1 teve decisão final de investimento e tem obras no terreno, representando o maior investimento privado em África, enquanto a Área 4 lançou a construção de uma plataforma flutuante, mas o grosso do investimento continua por decidir.