O que parecia um sonho aconteceu: Daniel Chapo e Venâncio Mondlane iniciaram o diálogo

O que parecia um sonho para muitos moçambicanos, aconteceu na noite de ontem (23 de Março de 2025). O Presidente da República, Daniel Francisco Chapo, reuniu-se com o então candidato presidencial Venâncio Mondlane, para discutir soluções face aos desafios que o país enfrenta.

Segundo um comunicado da Presidência da República, o encontro insere-se no esforço contínuo de promover a estabilidade nacional e reforçar o compromisso com a reconciliação e a unidade dos moçambicanos.

O encontro entre o Presidente da República e Venâncio Mondlane reforça a necessidade de aprofundar a reconciliação e consolidar um ambiente político estável, essencial para o desenvolvimento socioeconómico do país.

A resolução da crise pós-eleitoral e o fortalecimento do Estado democrático são metas prioritárias para garantir um país mais justo e inclusivo. “O gesto do Presidente da República de dialogar com Venâncio Mondlane simboliza a vontade de construir pontes e promover um diálogo aberto e construtivo”, acrescenta o comunicado.

O aperto de mau entre o Presidente da República e Venâncio Mondlane, é aplaudido por todos os moçambicanos e acontece numa altura em que o país vive um momento político e social difícil caracterizado por manifestações violentas, acompanhadas de mortes e destruições de infraestruturas públicas e privadas.

A disponibilidade para discutir soluções comuns representa ainda um avanço significativo na busca por um Moçambique pacificado, unido e comprometido com o progresso colectivo. Este encontro, realizado em Maputo, acontece menos de um mês depois de o Presidente da República ter assinado o Compromisso Político para um Diálogo Nacional Inclusivo com nove formações políticas que participaram nas sessões de diálogo político até então realizadas.

Este compromisso visa estabelecer princípios e directrizes para um diálogo nacional inclusivo, abordando questões essenciais como a revisão constitucional e a governação.

Depois da assinatura do Compromisso, o Presidente da República e os partidos signatários sentaram-se à mesa para fazer o balanço, tendo na ocasião o Chefe de Estado considerado esse balanço extremamente positivo, ao afirmar que a assinatura decorreu conforme previsto, contando com a presença de representantes da sociedade civil, partidos políticos, academia, juventude, mulheres, líderes religiosos e comunitários, além de alguns países vizinhos e a comunidade internacional.

O Chefe de Estado e os demais signatários concluíram que a sociedade recebeu muito bem a assinatura do acordo, sobretudo pelo facto de ter ficado claro que o acordo não prevê discutir pessoas, interesses pessoais, nem interesses de grupos, mas prevê discutir e debater o país que todos nós pretendemos como moçambicanos. Assinaram o Compromisso Político os líderes dos partidos Frelimo, Podemos, Renamo, MDM, Partido de Revolução Democrática, PAHUMO, PARESO, PARENA e Partido Nova Democracia.

Essas são formações políticas com representação na Assembleia da República, Assembleias Provinciais e Autárquicas, demonstrando um esforço abrangente para garantir um diálogo inclusivo e construtivo.

Após o balanço feito da assinatura do Compromisso, aguarda-se pela aprovação do documento pela Assembleia da República.

O diálogo entre as diversas forças políticas e sociais é um passo determinante para restaurar a confiança nas instituições e garantir um futuro harmonioso para todos os moçambicanos. Guiado pelos princípios do Estado de Direito, do respeito pelos Direitos Humanos e dos interesses superiores do povo moçambicano, o Governo continua a promover esforços para consolidar a paz e a estabilidade.