John Steenhuisen, líder da AD foi nomeado ministro da Agricultura.
Maior conquista durante os primeiros 100 dias do GNU será a manutenção da união entre as partes.
O Presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, anunciou ontem a composição do novo Governo, que entrega doze ministérios à oposição, após duras negociações no seio da coligação formada na sequência dos resultados das legislativas de 29 de maio do presente ano.
O presidente Cyril Ramaphosa, que distribuiu 12 dos 32 ministérios aos partidos da oposição que fazem parte de sua coalizão de governo, após seu próprio partido, o Congresso Nacional Africano (ANC), que governa desde o fim do apartheid, perder a maioria absoluta.
Lembre-se que havia um impasse na formação do Governo da Unidade Nacional entre o ANC e AD. O principal ponto de discórdia era a pasta do comércio, indústria e concorrência (DTI) que, sem ele, o líder deste partido da oposição dizia que o seu partido estava a ser praticamente excluído de contribuir positivamente em questões críticas para o país.
Steenhuisen, entra no governo como ministro da Agricultura. o Seu partido obtém seis ministérios, entre eles Educação, Trabalho Públicos e Meio Ambiente.
Ramaphosa, 71 anos, foi reeleito para um segundo mandato pelos deputados após as eleições gerais de 29 de maio, depois que o ANC forjou um pacto sem precedentes com a Aliança Democrática (AD), partido liberal de centro-direita liderado pelo político branco John Steenhuisen, e outros grupos.
O novo governo será composto por “uma diversidade de partidos políticos”, anunciou o gabinete do presidente em um comunicado.
Durante as tensas negociações, Ramaphosa precisou equilibrar as exigências de seu próprio partido e do restante da coligação.
O ANC foi o partido mais votado na eleição de 29 de Maio, conquistando 159 dos 400 deputados na legislatura. O AD ficou em segundo lugar, com 87 assentos.
Ramaphosa disse que os homens e mulheres que nomeou para o executivo são oriundos de todos os cantos do país e refletem a diversidade da nação.
“Eles têm a responsabilidade de trabalhar juntos para servir as pessoas como um todo. Nenhum dos membros do Executivo Nacional foi nomeado para servir os interesses de um determinado círculo eleitoral, de um determinado partido ou de um determinado sector da sociedade.
Diálogo nacional
“Coletivo e individualmente, eles são responsáveis perante o povo da África do Sul”, disse Ramaphosa.
Ramaphosa disse que, num espírito de parceria e colaboração, o novo governo trabalhará em conjunto com outras formações para “convocar um Diálogo Nacional”.
“Através deste Diálogo Nacional, todas as partes, grupos da sociedade civil, trabalhadores, empresas e outras partes interessadas serão convidados a trabalhar juntos para enfrentar os desafios críticos que a nação enfrenta.
“Apelamos a todos os sul-africanos para que participem no Diálogo Nacional e dêem o seu apoio a este Governo de Unidade Nacional no início dos seus trabalhos.” Ramaphosa disse.
Primeiras prioridades para o GNU
A conquista mais notável durante os primeiros 100 dias seria que as partes no GNU pudessem manter-se unido e trazer mudanças, porque essa é a maior expectativa do Governo.
O líder da AD, John Steenhuisen, que deverá desempenhar um papel fundamental no novo Gabinete, afirmou: “a coisa mais feia em primeiro lugar seria a mudança de sentimento.
“Já vimos o sentimento começar a mudar quando o acordo foi anunciado pela primeira vez: no dia em que o presidente foi eleito, com a subida do rand e uma enorme subida das ações de todas as empresas sul-africanas”, disse.
Fonte: Folha PE/The Citizen/Mail &Guardian