Zimbabwe acolhe Cimeiras da SADC para discutir crise pós-eleitoral em Moçambique

A capital zimbabueana, Harare, acolhe esta quarta-feira a cimeira extraordinária dos chefes de Estado e de governos da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC), que tem como ponto de agenda a crise pós-eleitoral em Moçambique, que já provocou a morte de dezenas de pessoas e centenas de feridos.

De acordo com a Plataforma de Observação eleitoral decide, só entre os dias 13, 14 e 15 de novembro pelo menos 22 pessoas morreram nas manifestações contra os resultados das eleições de 9 de outubro, convocadas pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane.

Entretanto, analistas políticos moçambicanos dizem não esperar grandes decisões da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC), porque esta organização regional está bastante fragilizada, mas acreditam que o Presidente Filipe Nyusi poderá enfrentar um ambiente misto, dado que existem forças que defendem a alternância regular do poder e outras que se opõem a que Maputo tome uma posição conciliatória face a esta crise.

Ao nível da região, Moçambique tem uma posição geoestratégica pelo facto de ser o principal corredor para os países do interior, nomeadamente, Zimbabwe, Malawi, Zâmbia e República Democrática do Congo, e é opinião generalizada que qualquer perturbação ou instabilidade política pode ter um grande impacto também nas suas economias.