Somente o Ciclone Freddy, que assolou Moçambique neste ano, afectou cerca de 1.3 milhões de pessoas, causando cerca de 300 mortos e aproximadamente 800 feridos.
Moçambique recebeu só no presente ano (2023), 16.5 milhões de dólares, providenciado pelo Fundo Central de Resposta a Emergências (CERF) das Nações Unidas, para responder aos efeitos do Ciclone Freddy, cheias, surto da cólera, bem como apoiar os deslocados de Cabo Delgado, vítimas dos ataques terrorista.
Dados das Nações Unidas indicam que desde a criação do CERF em 2006, Moçambique foi atribuído mais de 122 milhões de dólares para atividades humanitárias no país.
Segundo o comunicado de imprensa do Ministério dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, enviado à nossa redação, esta informação foi partilhada pela ministra Verónica Macamo, que discursou esta semana, no evento de Alto Nível do Fundo Central de Resposta a Emergências (CERF) das Nações Unidas para 2024, ocorrido na sede da ONU, em Nova Iorque.
A chefe da diplomacia moçambicana, explicou na ocasião que somente o Ciclone Freddy, que assolou Moçambique neste ano, afectou cerca de 1.3 milhões de pessoas, causando cerca de 300 mortos e aproximadamente 800 feridos, para além de avultados danos nas infraestruturas económicas e sociais, num contexto em que o país ainda se ressente com o efeito devastador Ciclone Idai, ocorrido em 2019”.
A Ministra fez uma radiografia do quadro dramático e trágico da situação humanitária em Moçambique e revelou o conjunto de medidas políticas visando “a redução do risco de desastres e o fortalecimento da resiliência ao nível das comunidades e da economia”.
Indicou que tais medidas incluem o Plano Diretor para a Redução do Risco de Desastres 2017-2030; o Plano de Proteção Financeira contra Desastres 2022-2027; a criação, em 2017, do Fundo de Gestão de Desastres; o fortalecimento do Sistema de Aviso Prévio, através da aprovação, em 2022, da Estratégia de Gestão de Informação e de Sistema de Aviso Prévio para Cheias e Ciclones; a Estratégia dos Comités Locais de Gestão de Desastres e o Plano Anual de Contingência para a época chuvosa 2023-2024.
Explicou “que a nível regional, Moçambique acolhe o Centro de Operações Humanitárias, de Emergência e de Resiliência da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral em Nacala, província de Nampula, que está prestes a iniciar as suas atividades.”
“Ao acolher o Centro”, esclareceu a Ministra Macamo, “o Governo de Moçambique reafirma, deste modo, o seu compromisso de participar como protagonista ativo na gestão do impacto de mudanças climáticas no país e na região da África Austral”.
Qualificou a reunião de alto nível organizada pelo CERF, de “uma importante iniciativa que testemunha o compromisso das Nações Unidas na busca de soluções para responder às emergências causadas pelos desastres naturais”.
Este evento de alto nível para mobilização de fundos de emergência dirigido pelo Secretário-Geral António Guterres, registou a participação da Ministra do Desenvolvimento Internacional da Noruega, do Subsecretário-Geral das Nações Unidas para Assuntos Humanitários e Coordenador de Emergência, dos representantes da Fundação Mo Ibrahim, dentre outras individualidades de relevo. Fim