UE prepara missão de apoio a Cabo Delgado

O ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Augusto Santos Silva, garantiu esta quarta-feira que a preparação da missão de apoio da União Europeia (UE) a Moçambique, no combate ao terrorismo, continua em curso e vai chegar a “bom porto”.

Augusto Santos Silva sublinhou que a presidência portuguesa do Conselho da UE “colocou o norte de Moçambique, desde a primeira hora, como uma das suas prioridades”.

Intervindo na sessão plenária na Assembleia da República Portuguesa, Augusto Santos Silva indicou que, na passada terça-feira, “a reunião de embaixadores validou o primeiro resultado político da missão desenvolvida a Maputo” e, nesse sentido, garantiu que “a preparação de uma missão de apoio da UE a Moçambique, no seu combate ao terrorismo, continua em curso e vai chegar a um bom porto”.

O ministro sublinhou que a presidência portuguesa do Conselho da UE “colocou o norte de Moçambique, desde a primeira hora, como uma das suas prioridades“, o que “não se faz no quadro da cooperação estruturada permanente, faz-se mesmo no quadro da União Europeia como tal”.

A cooperação estruturada permanente, que esteve em discussão na assembleia, é um “instrumento muito importante, não o único, para quatro objetivos essenciais” da política comum de segurança e defesa da Europa e a sua articulação com a política externa europeia, assinalou o chefe da diplomacia portuguesa. Os quatro objetivos são, segundo o ministro, a “clareza estratégica”, a “cooperação intraeuropeia, entre a UE e a NATO, (…) e com outros parceiros muito importantes para a UE, como o Reino Unido, mas também parceiros de outros continentes”, uma “melhor coordenação”, sobretudo no reforço da “interoperabilidade das forças e dos recursos”, e “ganhar escala”, para uma maior eficiência na gestão de recursos e no uso do dinheiro dos contribuintes.

Santos Silva respondia ao deputado André Silva, do PAN, que questionou se Cabo Delgado será ou não colocado por Portugal na agenda da cooperação estruturada permanente ou se continuará a não utilizar a sua “influência” por ocasião da presidência portuguesa do Conselho da UE.

Criticando o “silêncio ensurdecedor inquietante” da UE em relação quer a Moçambique, quer à floresta de Virunga, o parlamentar do PAN alertou para o facto de que “as FDS atacam populações civis que acham aliadas às forças terroristas“. “Há três anos que forças terroristas plantam o medo e a violência, com milhares de mortes bárbaras, incluindo decapitação de crianças, com torturas, com mais de 700 mil deslocados, assim como casamentos forçados, a violação e a escravidão de mulheres e crianças”, acrescentou André Silva.

Fonte: Agência Lusa

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