Apesar de progressos HIV/SIDA ainda é um desafio para Moçambique
Apesar da redução do número de “novas infecções e mortes associadas à SIDA nos últimos anos, a doença ainda constitui um desafio para o país. O número de mortes por HIV/SIDA, em Moçambique, baixou para cerca de 44.000, em 2023, comparado aos 48 mil óbitos registados em 2022, segundo estatísticas do Governo moçambicano, que estima em 81 mil novas infeções.
As novas infecções pelo HIV passaram de 143.000 em 2015 para 81.000 em 2023″. Relativamante às crianças de 0 a 14 anos, o número de novas infecções caiu de 19.000 em 2015 para 12.000 em 2023. O avanço é um reflexo de políticas de prevenção e tratamento, além de um maior acesso ao diagnóstico e aos cuidados médicos.
Outro dado importante foi “a redução da taxa de transmissão vertical do HIV, ou seja, da mãe para o filho. Essa taxa diminuiu de 16% em 2015 para 10% em 2023”, uma conquista significativa na prevenção do HIV em recém-nascidos. Além disso, “as mortes relacionadas ao SIDA diminuíram em 19%, passando de 54.000 em 2015 para 44.000 em 2023”. Embora os números indiquem progresso, o governo entende que ainda há muitas vidas a precisarem de serem salvas.
Aponta-se as províncias de Sofala e Zambézia (centro do país), e de Nampula (na região norte) como as que registam índices elevados de novas infeções, enquanto Tete (centro) apresenta números mais baixos. As estatísticas do Governo indicam ainda que no ano passado 10% do total das mulheres grávidas com HIV transmitiram o vírus para as suas crianças.
Para reduzir o número de novas infeções e de mortes pela doença, o Governo está a realizar um inquérito visando compreender os níveis de estigma com o objetivo de combatê-lo e de mobilizar mais pessoas a testar e iniciar tratamento ao HIV.
A ONU publicou este ano um relatório no qual destaca os avanços na luta contra o VIH, alertando para os desafios persistentes. Embora tenham sido feitos progressos significativos, especialmente na África Subsariana, a epidemia continua a afectar vários países, como na Europa de Leste e no Médio Oriente.
O relatório sublinha a importância de garantir os direitos humanos, combatendo a discriminação e as desigualdades no acesso aos cuidados de saúde, como forma de erradicar a doença. Apesar de uma diminuição nas novas infecções e mortes, os objectivos ainda não foram atingidos.