O ACNUR pede respeito pelas convenções internacionais e mostra-se chocado com a notícia que dá conta da devolução de cerca de mil moçambicanos pelas autoridades da Tanzânia ao país de origem quando tentavam escapar à violência armada em Cabo Delgado
“ Nós fizemos uma missão de monitorização de fronteira em Negomane em dezembro de 2020. Já nessa altura o ACNUR verificou no local que várias pessoas tinham sido devolvidas a Moçambique e temos vindo a reportar estes e outros casos de pessoas que afirmam ter sido forçosamente devolvidos da Tanzânia, quando tentavam escapar à perseguição e violência de grupos armados não estatais. São centenas de pessoas”, disse, Margarida Loureiro, chefe do escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) em Cabo Delgado, numa entrevista á DW África.
Margarida Loureiro, elogiou no entanto, o apoio das comunidades locais no acolhimento aos deslocados e reforça o apelo ao respeito pelos princípios fundamentais da Convenção de Genebra de 1951 e da Convenção da União Africana de 1969 para a proteção dos refugiados.
Garantiu que o ACNUR tem estado a apoiar e a assistir estas pessoas com uma diversidade de serviços. “Falamos de pessoas com necessidades muito específicas, como são as crianças que foram separadas e que estão desacompanhadas, as mulheres e adolescentes que sofreram de violência sexual, as mulheres com bebés que deixaram de conseguir produzir leite e também mulheres grávidas que não se sentem muito bem e estão a receber o devido apoio.