Pelo menos 36 agentes da Polícia da República de Moçambique (PRM), estão feridos com gravidade e continuam acamados em alguns hospitais do território nacional, como resultado das manifestações em curso no país, convocadas por Venâncio Mondlane, candidato às eleições presidenciais de nove de Outubro.
A informação foi avançada ontem, por Bernardino Rafael, Comandante-geral da PRM, que lamenta o facto de alguns dos 36 agentes terem contraído ferimentos que lhes impedirão de voltar a trabalhar como polícia.
O Comandante que fazia o balanço das manifestações disse ainda que só na semana passada a PRM registou 58 manifestações, 38 das quais foram violentas.
Por outro lado, a plataforma eleitoral Decide, Organização Não-Governamental (ONG) moçambicana, disse que pelo menos 47 pessoas foram baleadas durante as manifestações de contestação das eleições em Moçambique da última semana.
“Foram também registados cerca de 47 casos de boleamentos pela polícia, sendo, desse número, 46 civis e um polícia nas províncias de Maputo, Manica, Tete, Cabo Delgado, Nampula, Zambézia e Niassa”, lê-se num comunicado de atualização de dados sobre as manifestações, divulgado na página do Facebook da plataforma eleitoral.
Segundo a ONG, entre os dias 21 e 27 pelo menos 11 pessoas morreram, das quais cinco em Nampula, no norte de Moçambique, três em Manica, no centro, e outras três em Maputo, sul do país.
A plataforma eleitoral decide contabilizou ainda 464 casos de detenções ilegais durante as manifestações, de um total de 1.105 pedidos de intervenção em diferentes casos recebidos através da linha de denúncia disponibilizado pela entidade.
Entretanto, o candidato da Frelimo à Presidência da República, Daniel Chapo, foi declarado vencedor das eleições gerais, após o apuramento geral anunciado semana passada pelo presidente da Comissão Nacional de Eleições, Carlos Matsinhe.
Do apuramento geral, Chapo obteve 70,68 por cento de votos, contra 20,32 porcento do candidato Venâncio Mondlane, enquanto o terceiro lugar foi ocupado por Ossufo Momade com 5,81 por cento e finalmente. Lutero Simango que ficou em quarto lugar com apenas 3, 21 porcento.
Do total de votos, Chapo arrecadou 4.912. 762 votos; Venâncio Mondlane com 1.412.517 votos; Ossufo Momade com apenas 403.595 votos e Lutero Simango com 223.066 votos.
Em relação as legislativas, a FRELIMO, partido no poder desde 1975 levou 195 assentos, PODEMOS , o partido que suporta Venâncio Mondlane obteve 31 assentos, RENAMO caiu de 60 para 20 assentos e MDM caiu de seis para quatro assentos.
Estes números revelam um domínio da FRELIMO em praticamente todas as províncias, assegurando a continuidade do seu mandato à frente do Governo.