A Ministra de Administração Estatal e Função Pública, Ana Coamune, enviado pelo Presidente da República à província de Cabo Delgado, descreveu a situação humanitária vivda pelos deslocados da sede do distrito de Palma, na sequência de ataques terroristas do dia 24 de Março, de desolador.
“É uma imagem de destruição de tudo, infraestrutura públicas como privadas, o que mostra claramente que estamos diante de um inimigo”, disse, a Ministra garantindo que as Forças de Defesa e Segurança (FDS), estão presentes no terreno.
A enviada do Chefe do Estado para avaliar situação, disse que também encontrou em Palma, sinais de retorno a normalidade. “A prioridade do Governo neste momento é garantir o apoio humanitário às pessoas, refiro-me a alimentação , abrigo e serviços básicos como a saúde”, afirmou, acrescentando que só depois é que as atenções estarão viradas para o funcionamento de outros servicos básicos.
Na mesma ocasião, a Ministra explicou que o plano de acção do Governo contempla acções viradas ao apoio a iniciativas na àrea de agricultura, pesca e outras actividade económica.
Entretanto, as autoridades comunitárias da vila sede do distrito de Palma anunciaram ter encontrado esta semana 25 corpos de cidadãos assassinados por terroristas, para além dos de 12 estrangeiros mortos no dia do ataque que estavam hospedados no hotel Amarula.
A partir de Palma circulam informações que dão conta que pelo menos 100 pessoas foram assassinadas pelos terroristas, mas o Governo ainda não confirmou.
Os sobrevivente falam de raptos de jovens, rapazes e raparigas com idades entre 14 a 18 anos. “Não raptam adultos. As raparigas são violadas e outras tornadas suas mulheres”, disse um líder comunitário residente na vila de Palma.
Diretor do Unicef fala de
drama dos que fogem da violência
O diretor de emergências do Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, Manuel Fontaine, visitou esta semana a província de Cabo Delgado e relata uma crise humanitária que poderá durar muito tempo.
Falando a jornalistas, Fontaine disse que em anos de experiência com crises humanitárias, a impressão é de que existe uma crise, onde um terço da população naquela província está a viver fora de suas casas.
O Unicef está preocupada com a situação da má nutrição, especialmente entre os deslocados internos. “A Organização Internacional para Migrações, OIM, e o Unicef já cadastraram mais de 16,5 mil pessoas que chegam de Palma em busca de abrigo.
A organização das Nações Unidas, já identificou 220 crianças desacompanhadas. Muitas famílias foram separadas quando os grupos armados invadiram a cidade de Palma. “queremos elogiar e dar força a solidariedade manifestada por algumas familias que abrigam os deslocados, chegando a receber em suas casas 20, 30 pessoas”, elogiou Fontaine.
No momento, existem 950 mil pessoas passando fome severa em Cabo Delgado, dai que o Programa Mundial de Alimentação (PMA), está a pedir aos seus parceiros US$ 82 milhões para assistir esta população.
