O antigo estadista acredita que a sua filha, Valentina Guebuza foi assassinada em 2016, como parte do processo das dívidas ocultas.
“Uma vez entrei num avião que durante o voo registou turbulências, mas que passado algum tempo ficou tudo normal, e, aterramos nos nossos destinos”, foi assim que o antigo Presidente da República, Armando Guebuza, iniciou o seu discurso, num evento que marcou o fim das celebrações dos seus 80 anos de vida, admitindo que o país está a viver momento de crise. Contudo, ressaltou que esse momento crítico não pode, nem deve desanimar os moçambicanos, tendo como objetivo claro saírem mais unidos, mais reforçados e com mais experiência.
O antigo estadista explicou que experiência não é ouvir apenas os outros, “mas devemos ouvir as nossas próprias vivências. E não basta ouvir, porque a experiência não é apenas isso, ela deve transformar-se em lições de vida. Devemos aprender com ela para melhorarmos e evitarmos novas crises”, disse.
Armando Guebuza prosseguiu, afirmando que gostaria de juntar a sua voz à de outros moçambicanos, destacando não é o momento para desanimar. Daqui devemos sair mais conhecedores, dada a experiência que estamos a ter neste momento. Daqui devemos levar as nossas crianças para patamares em que não assistam e não vivam de novo este tipo de crises”.
“O nosso país vive uma crise”, disse, Armando Guebuza, acrescentando que, “mas para nós outros, que vivemos momentos críticos ao longo desta última década não nos assustamos”.
Nesta cerimónia, Armando Guebuza deixou claro o seu descontentamento com a atual governação, aliado a prisão do seu filho, Ndambe Guebuza. “O sistema de administração de justiça nunca conseguiu explicar porque é que o meu filho não está em liberdade”, disse, ao mesmo tempo que afirmou que a sua filha, Valentina Guebuza foi assassinada em 2016, como parte do processo das dívidas ocultas.
Foi uma cerimónia muito concorrida, com destaque para Luísa Diogo e Alberto Vaquina, antigos primeiro-ministro e José Pacheco, também antigo membro do governo de Armando Guebuza.