Lúcia Ribeiro num esforço de trazer verdade eleitoral que nunca convencerá Albino Forquilha

A Presidente do Conselho Constitucional (CC), Lúcia Ribeiro, explicou, hoje em Maputo, que os trabalhos no CC, incluindo as confrontações de diferentes actas e editais, tem que ver com a necessidade de encontrar a verdade eleitoral, palavras que não convencem o Presidente do Partido Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique (PODEMOS), Albino Forquilha, que se mostra desiludido com o CC, pois acredita que este órgão não vai divulgar resultados que reflectem a verdade esperada.

O Conselho Constitucional, reuniu hoje com o presidente do partido PODEMOS, Albino Forquilha que se fazia acompanhar por três membros da sua formação, um encontro inserido no crucial processo de validação das eleições gerais realizadas no passado dia 9 de Outubro.

Lúcia Ribeiro explicou que a aparente demora na publicação dos resultados deve-se ao exercício de confrontação dos resultados obtidos nas mesas de votação.

“O período até a divulgação dos resultados encontra respaldo na lei, uma vez que deve ser feita até 20 dias entes de a actual composição da Assembleia da República cessar funções.

Ribeiro fez saber que ainda decorre o processo de verificação das actas, por isso, não há data para o anúncio dos resultados das eleições de 9 de Outubro. Alguns Órgãos de Comunicação Social vem propalando o dia 23 de Dezembro como data provável de anúncio dos resultados.

Reconheceu, no entanto, que o CC recebeu vários processos de contencioso eleitoral e explicou que o partido PODEMOS é o primeiro a ser convidado para o encontro, por ser o partido com maior parte dos processos submetidos àquele órgão, garantindo que fará iguais encontros com os outros partidos políticos que tenham submetido processos da mesma natureza.

Segundo Lúcia Ribeiro, deram entrada no CC pedidos dos quatro partidos. “A Renamo submeteu dois recursos, mas todos os pedidos que recebemos tinham que ver com a recontagem, com a anulação do processo eleitoral, com a discrepância dos números e com a transparência. Estas matérias são as que a instituição normalmente trata no processo de validação, por isso é que estes processos transitaram para esta fase”, explicou.

Revelou ainda que o organismo não recebeu nenhum recurso contencioso nas candidaturas à Presidência da República, mas, no entanto, promete verificar o processo “minuciosamente” para assegurar a verdade eleitoral.

Este trabalho, segundo Ribeiro consiste na comparação da ata e edital da Comissão Nacional de Eleições com a ata e edital dos partidos políticos.

Processos não estão sendo devidamente tratados

Albino Forquilha, Presidente do PODEMOS

Já o presidente do PODEMOS, Albino Forquilha disse que o partido tomou a iniciativa de entregar cerca de 370 kg de actas e editais ao CC através da Comissão Nacional de Eleições para contribuir para a verdade eleitoral.

No final do encontro, Forquilha disse a jornalistas que ficou com a impressão de que os processos submetidos pelo partido não estão a ser devidamente tratados, porque não foram respondidos ou julgados.

Disse que tudo se remete para o momento de validação dos resultados. “Gostaríamos que houvesse o acompanhamento passo a passo dos processos. Até aqui não tenho a segurança de que vai haver uma verdade eleitoral”.

Revelou que a expectativa era de ver partidos políticos e observadores interessados no processo de verificação ou confrontação de actas e editais a trabalhar junto do CC.  Para Forquilha, essa inclusão poderia, de alguma forma, garantir a transparência do CC no processo de busca da almejada verdade eleitoral.

Albino Forquilha não escondeu a sua desconfiança com o CC. “Infelizmente, temos alguma desconfiança das entidades que gerem este processo. Se calhar não estaríamos neste barrulho todo”.