Como já era esperado, o candidato presidencial, Venâncio Mondlane não compareceu ao encontro desta terça-feira, convocado pelo Presidente da República, Filipe Nyusi. A ausência deste candidato ditou o fracasso do mesmo.
Nyusi havia convocado esta reunião para um diálogo aberto com vista a encontra uma solução para a crise pós-eleitoral, caraterizada por uma onda de protestos violentos, convocados por Venâncio Mondlane.
No momento dos “pontos prévios” do diálogo, o Presidente da Renamo e candidato presidencial deste partido, Ossufo Momade, defendeu, que uma reunião sem Venâncio Mondlane não fazia sentido, acrescentando que o candidato presidencial suportado pelo Podemos é o “centro deste diálogo”.
“Há processos legais contra Venâncio Mondlane. É preciso criar condições para que ele esteja em Maputo para participar neste diálogo”, defendeu.
Já o candidato do MDM, Lutero Simango lembrou que a sua participação no encontro estava condicionada à presença de todos os candidatos. Por isso mesmo, na ausência de Venâncio Mondlane, defendeu que o encontro não devia decorrer.
Venâncio não foi expulso do país
Entretanto, o Chefe do Estado moçambicano, Filipe Nyusi, explicou que “Venâncio Mondlane não foi expulso do País, por isso, não há motivos para não estar no território nacional. S
“Se há motivos legais, o candidato poderia ter colocado essa questão para podermos dialogar. Se conhecêssemos o sítio onde ele está, eu teria sugerido a esta equipa para se deslocar até lá. Mas até este momento não sabemos onde o candidato está”, disse, assegurando que o governo fará esforços para que ele esteja aqui para dialogar.
Na reunião estiveram presentes Daniel Chapo, candidato presidencial da Frelimo, Lutero Simango (MDM) e Ossufo Momade (Renamo).
Condições impostas por Venâncio Mondlane
Venâncio Mondlane disse que só aceitaria participar ao encontro proposto por Filipe Nyusi desde que seja “por via virtual”, mas também quer um diálogo alargado.
No documento enviado por Mondlane ao Presidente da República, o candidato propõe um formato alargado com a participação de instituições do Estado, individualidades da sociedade moçambicana e observadores as (Nações Unidas e União Africana).
O candidato apoiado pelo PODEMOS exige ainda a extinção imediata dos “ilegais, parciais e imorais” processos judiciais contra si e pede que a sua participação na reunião seja “por via virtual”.
Mondlane exige ainda o “acesso livre e diário das sessões pela imprensa no diálogo”, a “libertação de todos os detidos no âmbito das manifestações” e “garantias de segurança política e jurídica para os atores e intervenientes no diálogo em crise”.
A carta dirigida ao chefe de Estado sugere também 20 pontos de agenda para o encontro, que, segundo ele, “representam os anseios do povo moçambicano”. O primeiro dos pontos enumerados é a reposição da verdade e justiça eleitorais.