Jaime Macuane, investigador e docente universitário, deu uma grande entrevista ao jornal SAVANA, na qual aponta algumas falhas que podem penalizar o candidato Presidencial Venâncio Mondlane, nas eleições de 09 de Outubro, sendo o imediatismo uma delas.
Para este investigador, Mondlane não está a olhar para o futuro. A grande aposta dele é vencer a presidência, o resto que está à volta dele tem muitos condicionalismos. “Por exemplo, o partido que possa, eventualmente, dar apoio não é dele e não tem o controlo sobre o mesmo. Se ele não vencer a eleição presidencial não estará em nenhuma instituição de representação, porque não é candidato à deputado da Assembleia da República”.
Segundo Macuane, a base de apoio do Venâncio assenta-se em torno dele, porque não tem nenhuma estrutura própria. Com estes elementos, ele vai precisar de um esforço descomunal e uma estratégia refinada para continuar relevante depois destas eleições.
José Macuane vai mais adiante e explica que sob o ponto de vista ideológico não há clareza sobre qual é a plataforma de Venâncio, claro que no seu manifesto eleitoral apresenta ideias importantes para a mudança e salvar a pátria. São ideias muito genéricas em relação à mudança.
“Em que medida essas ideias continuarão a ter apelo sem serem concretizadas em questões muito claras, principalmente se ele não vencer a presidência”.
Para José Jaime Macuane, esta é a grande questão. “se este movimento não passará de uma onda ou será um processo consistente de mudança para um movimento que tenha um projecto de médio e longo prazo”.
O investigador diz ainda que o projecto de Venâncio, até agora, esteve em torno de eleições. Ele ainda não apresentou um projecto claro que vai para além dos manifestos eleitorais.
“Um movimento de mudança requere um processo de mobilização social e política e uma estrutura firme com um projecto claro de mudanças e transformação”.
Segundo Macuane, o risco desta mobilização que caracteriza Venâncio Mondlane, actualmente, é de subscrever-se aos processos eleitorais apenas, como fazem os restantes partidos políticos moçambicanos. “Apenas a Frelimo é que, de forma consistente, faz trabalhos políticos de base”, disse.