Papa ora por Cabo Delgado na Santa Missa de páscoa

O Papa Francisco, que celebrou hoje a missa de Páscoa na Praça de São Pedro, no vaticano, orou por Moçambique, especificamente pela Província de Cabo-Delgado, fustigado pelo conflito armado desde 2017.

Este conflito que iniciou em 2017, já fez mais de um milhão de deslocados, de acordo com as Nações Unidas, e cerca de 4.000 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED.

Papa, lamentou pelo sofrimento do povo africano, que veem o seu futuro comprometido pela violência interna e pelo terrorismo internacional, especialmente no Sahel, bem como na região de Tigray. “A guerra é sempre uma derrota”, afirmou.

Ainda sobre os conflitos, o Papa Francisco citou as guerras no Líbano, na Síria, Palestina e Ucrânia. “Vamos procurar o caminho da paz em meio à guerra”, pediu.

Comentou ainda sobre o conflito entre Israel e Hamas. “Apelo que seja garantido a ajuda humanitária em Gaza, o cessar-fogo imediato e a liberação de reféns de 7 de outubro”.

Emocionado, Francisco concluiu pedindo para os fiéis não se renderem a lógica das armas. “A paz nunca chega por meio das armas”, explicou.

Entretanto, o Governo moçambicano reconhece a crise humanitária em Cabo Delgado, no norte de Moçambique, que apesar dos progressos alcançados a situação continua desafiante, tendo em conta os últimos desenvolvimentos.

devido a esta situação, estima-se que quase metade da população, cerca de 1.046.055 do total de 2.500.000 habitantes, foi forçada a deslocar-se por conta de ataques armados.

Em Cabo Delgado, os terroristas não têm rosto em termos de sua liderança. Não se sabe quem está por detrás deles e nem com quem pode-se negociar. Alguns ataques são reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.

São distritos afectados pelo terrorismo em Cabo -Delgado, Ancuabe, Chiure, Macomia, Mecufi, Meluco, Metuge,  Mocimba da Praia, Montepuez, Mueda, Muidumbe, Nangade, Palma e Quissanga. Em Nampula afecta o distrito de Eráti e Memba e Mecula no Niassa.

O conflito que iniciou em 2017, já fez mais de um milhão de deslocados, de acordo com as Nações Unidas, e cerca de 4.000 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED.

Só a onda de violência ocorrida em Junho de 2022, causou pelo menos 53 mortes nos distritos de Ancuabe, Chiure, Mecufi, Meluco, Metuge e Nampula. Mais de 60.000 pessoas, incluindo aproximadamente 33.000 crianças, fugiram das suas residências, de acordo com a organização de caridade, Save the Children.