Um dos temas que reuniu consenso entre os países participantes da Cimeira França-África e que foi frisado pelo presidente da União Africana, Felix Tshisekedi, é que é imperativo que África seja capaz de produzir em massa as suas próprias vacinas.
“Como africano e como Presidente da RDCongo, admito que não há mobilização suficiente por parte da nossa população no que toca à vacinação contra a Covid-19 por haver receios da vacina vir do exterior”, diz.
Felix Tshisekedi, tem uma mabição: “É por isso que temos de fabricar as vacinas em África. Isso terá um impacto significativo na atitude das populações”.
Até ao momento, apenas 2% da população do continente africano está já vacinada contra a Covid-19. Já a Europa, por exemplo, vacinou 36% da sua população. Uma realidade que, notou o Presidente francês, “não é sustentável, e que é simultaneamente injusta e ineficiente”.
Neste âmbito, o Presidente Macron estabeleceu o objetivo de vacinar 40% das pessoas em África até ao final de 2021.
Também o Chefe de Estado senegalês Macky Sall frisou na ocasião que a vacinação é uma responsabilidade de todos: “É evidente que se continuarmos ao mesmo ritmo com apenas 2-3% dos africanos a terem recebido uma vacina, surgirão variantes extremamente resistentes no continente que vão comprometer completamente a eficácia das vacinas dentro de alguns meses ou anos”.
“Enquanto o vírus continuar a circular no planeta, o planeta não é seguro”, lembra Sall.
A Cimeira sobre o Financiamento das Economias Africanas, promovida por Emmanuel Macron, aconteceu um dia depois de França ter anunciado o perdão da dívida de mais de 4 mil milhões de euros ao Sudão e contou com a participação dos Presidentes de Angola e Moçambique.
À margem da cimeira, e quando questionados pela imprensa, o Presidente francês fez saber que vai visitar o Ruanda “no final deste mês” para, em colaboração com o Presidente Paul Kagame, “escrever uma nova página da relação” entre os dois países.
Fonte: DW