Segundo o ministro, há actos claros de preparação de um golpe de estado.
Numa conferência de imprensa bastante concorrida, o Ministro da Defesa Cristóvão Chume deixou claro que caso o escalar da violência continuar, não coloca outra alternativa se não mudar a posição das forças policiais no terreno e colocar as Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM) para proteger aquilo que são os fins do Estado.
Segundo o Ministro, que falava na tarde de hoje, em Maputo, assiste-se nos últimos dias ao recrudescimento de actos preparatórios com intensão firme e credível de alterar o poder democraticamente instituído e o funcionamento normal de instituições de Estado.
Cristóvão Chume avisou que face a este escalar da situação, as Forças de Defesa e Segurança e em particular, as Forças Armadas de Defesa de Moçambique, em cumprimento da Constituição da República de Moçambique, da Lei da Defesa e Segurança e da Defesa Nacional das Forças Armadas tem a missão e o mandato de defender e proteger a soberania e a segurança do país, atuando nos termos da Lei, com respeito pelas instituições democráticas aos direitos fundamentais dos cidadãos, sem qualquer envolvimento das disputas eleitorais ou políticas.
“Nós dissemos que é credível os actos preparatórios para alteração do poder democraticamente instituído, porque não há quem ataca as Forças de Defesa e Segurança só por um simples prazer, não há quem prepara uma marcha para a Ponta Vermelha para dar mergulho na piscina por um puro prazer. Temos situações semelhantes no mundo que estão a ser copiadas para implementação no nosso país”, disse o Ministro, assegurando que é aqui onde começa a missão das Forças Armadas e da polícia para proteger o poder, o povo e a soberania, independentemente de quem venha a exercer o poder.
O ministro que falava em nome do Governo, repudia e apela para que nos termos da lei as manifestações sejam realizadas de forma pacifica, em colaboração com as forças policiais e instituições das Forças de Defesa e Segurança.
“Onde nós indicarmos dada a sensibilidade para não passar, que nos entendam porque é assim em todo o mundo, há locais sensíveis que devem ser protegidas e, nós vamos executar essa missão”, avisou.
O ministro explicou que o sinal da presença de militares na rua deve-se ao facto de o país estar a viver uma situação de ordem pública e a missão primária é das Forças Policiais, enquanto os militares estão em apoio para assegurar o trabalho de outros serviços públicos que tem em vista criar as melhores condições logo que se finalizem as manifestações.
“Mas também, temos realizado como militares missões de interesse público junto das comunidades. Estamos a realizar missões de restauração de confiança junto das comunidades”, disse, acrescentando que este é o momento da actuação das Forças Armadas no segundo escalão em apoio às forças policiais.
Não há Forças estrangeiras em Maputo
O ministro reafirmou que a presente atuação neste ambiente de tensão política em todo o território nacional é feita exclusivamente pelas Forças de Defesa e Segurança de Moçambique sem nenhum apoio de Forças estrangeiras, em particular, as Forças de Defesa e Segurança do Ruanda. “Este é nosso assunto e devemos resolvê-lo em concórdia entre nós os moçambicanos”.
Ao terminar, Chume apelou a calma, a união, a reconciliação, respeito às instituições e à Constituição da República.
Entretanto, numa altura em que as autoridades moçambicanas, através da Polícia da República de Moçambique (PRM), já emitiram sinais de terem activado acusação criminal contra Venâncio Mondlane, este candidato presidencial voltou a convocar, na terça-feira da semana passada, mais manifestações de rua, á escala nacional, com duração de uma semana.
Segundo Venâncio Mondlane, a manifestação termina esta quinta-feira, 7 de Novembro. É previsão do candidato que todas as ruas da cidade capital sejam tomadas por manifestantes, tudo para exigir, o fim da tirana que vem sendo protagonizada pela Frelimo ao longo dos últimos anos.