Terrorismo em Cabo Delgado: SADC vai apoiar, mas Moçambique terá o papel crucial na condução de todas as ações

Esta foi a decisão saida ontem (27 de Maio), em Maputo, da Cimeira dos chefes de Estado da Troika da SADC. No final do encontro, o Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi e Presidente em exercício da SADC, garantiu “estarem criadas as condições para o combate sem fronteiras do terrorismo em Moçambique, que é uma ameaça global, mas “o nosso Governo terá o papel crucial na condução de todas as ações, visando a materialização efetiva de todas as decisões para a erradicação definitiva do flagelo do terrorismo”.

Filipe Nyusi disse que, neste encontro, a SADC reafirmou o seu compromisso de líder regional para o combate ao terrorismo em Moçambique. “O combate ao terrorismo não se faz fechando fronteiras de outros apoios bilaterais ou internacionais, daí que a SADC deve coordenar os processos e permitir que Moçambique receba apoios de todos”, declarou.

Foi acordado nesta cimeira aque deve haver uma resposta abrangente ao fenómeno do terrorismo, nomeadamente medidas que concorram para maior inclusão social, mais formação e educação, mais investimentos e assistência humanitária às populações afetadas.

Todos os Presidente presentes na Cimeira da Troika da SADC, nomeadamente Presidentes Filipe Nyusi (Moçambique), Mogkweetse Masisi (Botswana), Cyril Ramaphosa (África do Sul), Lazarus Chakwera (Malawi), Emmerson Mnagwagwa (Zimbabué) e Hussein Aly Mwinyi (República de Zanzibar), reafirmam o apoio da região no combate ao terrorismo em Cabo Delgado.

A troika da SADC analisou a proposta da resposta regional em apoio a Moçambique no combate ao terrorismo. Contudo, o comunicado final do encontro não adianta pormenores sobre a decisão tomada em relação a esta matéria.

A proposta tinha sido formulada por uma equipa técnica que se deslocou ao terreno para identificar as necessidades do país, tendo sugerido o envio de uma força militar de três mil homens, para além de apoio em equipamento.

O comunicado final refere que a cimeira reafirmou a solidariedade para com o Governo e o povo de Moçambique e os seus contínuos esforços para lidar com o terrorismo e garantir a paz e segurança duradouras no país.

No seu discurso final, Filipe Nyusi, afirmou que foram adotadas medidas “visando eliminar pela raiz as ações terroristas”, disse salientando que essa estratégia inclui o “reforço da capacidade operacional das Forças de Defesa e Segurança no seu combate, segurança fronteiriça, eliminação de fontes de financiamento do terrorismo e a reconstrução de infraestruturas destruídas.

“Reconhecemos a importância de uma ação coletiva para vencermos este mal, daí a necessidade de tornar operante a força em estado de alerta, como quadro que pode cobrir as intervenções bilaterais, em função de vantagens comparativas, circunstanciais e objetivos concretos que se desejam alcançar”, afirmou o chefe de Estado moçambicano, reiterando na importância de uma estratégia regional para combater o terrorismo, sem, no entanto, “descorar o apoio de outros países, interessados”.