Brazão Mazula homenageado ontem em Maputo

Brazão Mazula, antigo reitor da UEM e Presidente da Comissão Nacional de eleições (CNE) foi homenageado ontem (27/5/21) em Maputo, pela Universidade Eduardo Mondlane (UEM), Ministério da Justiça, Assuntos Constitucionais e Religiosos e o Instituto para Democracia Multipartidária (IMD), pelo seu contributo no fortalecimento da democracia no país.

Falando momentos depois de ser homenageado, Mazula afirma que todos os países democráticos, fundamentam a sua democracia na cultura, uma realidade que não deve ser encarada apenas pelo Ministério da Cultura e Turismo, mas por todos aqueles que de uma e ou de outra maneira participam na organização de regras democráticas.

Brazão Mazula fez esta declaração ontem, em Maputo, momentos depois de ser homenageado pela Universidade Eduardo Mondlane (UEM), Ministério da Justiça, Assuntos Constitucionais e Religiosos e o Instituto para Democracia Multipartidária (IMD), pelo seu contributo no fortalecimento da democracia no país.

Na sua intervenção, na qual fazia menção a diversos estudiosos da democracia, Mazula afirmou que a democracia em si pode ser uma cultura de um país e a cultura em si é um saber. Daí, questionou quando e como é que as instituições hão de fazer leis que dialogam com a cultura, facto que considera ser importante.

O homenageado foi mais profundo no seu discurso encorajando a necessidade de se propor caminhos democráticos, pois não existe um modelo único de democracia, uma vez que esta é dinâmica.

“Termino com um africano que gosto dele que diz que nós africanos temos de  reinventar a democracia”, finalizou, agradecendo à todos que lhe prestaram a homenagem.

Por seu turno, Virgílio Ferreira, do Ministério da Justiça, Assuntos Constitucionais e Religiosos, disse que a melhor homenagem a se prestar ao Professor Catedrático Brazão Mazula, é todos envolverem-se na democracia.

Referiu que Mazula é um patriota que aceitou o desafio de liderar o primeiro processo eleitoral da história do país, ao presidir a primeira Comissão Nacional de Eleições, uma experiência sem paralelo, até ao momento em que Moçambique dava os primeiros passos no processo de democratização.

Apontou que naquele tempo era preciso criar instituições fortes e credíveis, lideradas por personalidades que transmitiam segurança e fiabilidade ao processo, um papel que foi sabiamente desempenhado pelo Professor Mazula e toda a equipa que com ele trabalhou.

“Endereçamos uma palavra de apreço ao Dr. Brazão Mazula, Professor Catedrático, pela sua entrega a causa da paz, da construção e consolidação do Estado de Direito Democrático, que é o compromisso comum de toda uma nação”, disse.

Já a Vice-reitora da UEM, Amália Uamusse, enalteceu a figura de Brazão Mazula, pelas actividades desenvolvidas em prol do desenvolvimento da democracia no país afirmando que a homenagem constitui um reconhecimento explícito do talento, da fecundidade da sua reflexão, generosidade e história de vida.

Por seu turno, o director-executivo do IMD, Hermenegildo Mulhovo, destacou que Mazula contribuiu a nível institucional e individual em momentos sensíveis para a construção da jovem democracia assim como fez forte advocacia para a inclusão académica, num momento em que as assimetrias regionais constituiam uma das maiores inquietações do país.

“A sua obra e ideias influenciam o nosso pensamento e práticas individuais. E num plano institucional moldam as visões organizacionais e alimentam reformas de instituições democráticas”, disse.