A júri é investigadora em indústrias culturais e criativas, gestora de criatividade para o desenvolvimento, docente e investigadora em estudos de património e em Indústrias Culturais e Criativas no Instituto Superior de Artes e Cultura (ISARC).
Matilde Muocha, especialista em indústrias culturais e criativas, integra a equipa de avaliadores de projectos culturais regionais do Sounds Connect Fund (SCF).
Esta iniciativa multifacetada visa acelerar o desenvolvimento da capacidade dos sectores culturais e criativos na África Austral, apoiando financeiramente em forma de doações e programas abrangentes de capacitação.
Está disponível para organizações da indústria cultural sediadas em Moçambique, Angola, Botswana, Eswatini, Lesotho, Malawi, Namíbia, Zâmbia e Zimbabwe, nas áreas de artes cénicas, animação, cinema, jogos, fotografia, videografia e artes visuais.
O SCF apoiará projectos e actividades que facilitem a rápida produção e distribuição de bens de alta qualidade dentro e fora da região; aumentem as capacidades entre profissionais; apoiem a rápida mobilidade e intercâmbio entre criadores; melhorem o acesso a novos mercados; desenvolvam a literacia visual (especialmente entre grupos sub-representados) e que promovem a advocacia destinada a proteger os interesses dos criadores e apoiam a existência de estruturas de financiamento sustentáveis.
Sounds Connect Fund decorre com o financiamento do Programa Cultura ACP-UE, um projecto implementado pelo Secretariado do Grupo de Estados de África, Caraíbas e Pacífico (ACP) e financiado pela União Europeia (UE).
A participação de Matilde Muocha como membro do júri do SCF significa a ampliação de oportunidades para a integração regional de Moçambique no desenvolvimento do sector cultural e criativo.
Na edição passada de chamada de projectos para financiamento do SCF foram seleccionados três projectos de Moçambique, nomeadamente o Khuzula Investments (Moçambique), Sipatsi Consultoria e Gestão de Projectos.
O país irá igualmente beneficiar-se de um projecto regional que integra igualmente o Malawi e o Zimbabwe, o Music Crossroads Academy, o qual pretende desenvolver currículos para a formação de negócios de música.
A segunda chamada de candidaturas já está aberta e terminará a 15 de abril de 2022. Pela primeira vez, os profissionais de Moçambique e Angola (apenas) podem apresentar candidaturas redigidas em português. O que amplia o campo de oportunidades. São elegíveis a financiamento entidades oficiais registradas, podendo ser empresas, associações, organizações artísticas, espaços artísticos, festivais, pólos e incubadoras criativas, casas de mídia, circuitos de mobilidade, estúdios de gravação, teatros, mercados de artes, feiras e conferências, empresas do sector criativo, entre outros. Os fundos partem de pouco mais de dois milhões e quinhentos mil meticais (35 mil euros) até cerca de treze milhões e trezentos mil meticais (180 mil euros).
Investigadora em indústrias culturais e criativas, Matilde Muocha é gestora de criatividade para o desenvolvimento, docente e investigadora em estudos de património e em Indústrias Culturais e Criativas no Instituto Superior de Artes e Cultura (ISARC), onde é directora-geral adjunta. É ainda autora de duas edições do “Livro Indústrias Culturais e Criativas: O que são? Como gerir?”, bem como de vários artigos e dois livros publicados. Formou-se na Universidade Nacional de Córdoba, na Argentina, em Pós-graduação em Gestão de Cidade e Negócios Criativos. É mestre em História da África e África Austral pela Universidade Eduardo Mondlane e doutoranda em Gestão de Políticas Culturais pela Universidade de Witwatersrand na África do Sul.