Num comunicado assinado por Jonathan Whittall, director do Departamento de Análise dos MSF, a organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) lamenta que obstáculos burocráticos estejam a impedir a chegada da ajuda humanitária, que está a um nível muito abaixo das necessidades, na província de Cabo Delago.
Segundo esta organização, são “impostas restrições significativas à ampliação da resposta humanitária devido à insegurança em curso e aos obstáculos burocráticos que impedem a importação de determinados fornecimentos e à emissão de vistos para trabalhadores humanitários adicionais”, o que tem consequências para as pessoas deslocadas.
O governador da província de Cabo Delgado, Valige Tauabo, reconhece que a região enfrenta uma situação de emergência face à crise humanitária provocada pela violência armada.
Whittall, que visitou a província de Cabo Delgado recentemente, afirma ter comprovado “como a escala da resposta humanitária não corresponde de forma alguma à dimensão das necessidades”.
Nesta quinta-feira, o governador da província, que participou nas celebrações do fim do Ramadão, reconheceu que a região vive uma situação de emergência.
Valige Tauabo, foi peremptório ao dizer que “nossa província está iminentemente em emergência”. “Não são apenas alguns distritos, é a província toda que está em emergência”, acrescentou Tauabo prometendo que nenhum deslocado será será esquecido até que a situação nos seus distritos esteja estabilizada.
Dados não oficiais apontam para mais de dois mil mortos e mais de 700 mil deslocados internamente, devido aos ataques terroristas em Cabo Delgado.