Ndambi Guebuza nega ter feito parte da elaboração do projecto que lesou o Estado Moçambicano

Sobre o impacto negativo que o calote trouxe ao país, Ndambi escusou-se de responder, remetendo a resposta a Filipe Nyusi nos seguintes termos: “O ex-ministro da Defesa (Filipe Nyusi) é a melhor pessoa para responder sobre os danos causados ao país” disse Ndambi, por duas vezes.

Para além de rejeitar ter recebido os 33 milhões de dólares, o réu Ndambi Guebuza, negou ter feito parte da elaboração do projecto que veio a lesar o estado moçambicano em cerca de 2.2 mil milhões de dólares.
O Projecto de protecção da Costa Moçambicana estava avaliado inicialmente, em cerca de 360 Milhões de dólares, sendo que ainda não ficou claro como é que chegou aos 622 milhões de dólares.
Na audição feita na semana finda o réu Teófilo Nhangumele, confirmou em sede do tribunal, que os 50 milhões de dólares da Privinvest, foram distribuídos por três, sendo que ele ficou com 8.5 milhões de dólares, igual valor de Bruno Langa e Armando Ndambi Guebuza ficou com 33 milhões de dólares.
O juiz da Causa, Efigénio Baptista, confrontou o réu Armando Ndambi Guebuza com estas informações, que negou igualmente qualquer tipo de relação com o réu Teófilo Nhangumele.

Em face das recusas do arguido Ndambi Guebuza de ter recebido os 33 milhões de dólares da Privinvest, o juiz Efigénio Baptista confrontou o réu, com alguns documentos que comprovam ter recebido valores da companhia através de algumas empresas na África do Sul.
Sobre esta questão o réu Armando Ndambi Guebuza, recusou-se de prestar qualquer declaração ao tribunal.
Mesmo assim, o Juiz falou da alguma aplicação que o Arguido fez do dinheiro em causa
O primeiro dia da Audição do réu Armando Ndambi Guebuza, foi marcado pela presença do Pai, Armando Emílio Guebuza, Antigo Presidente da República.
Armando Ndambi Guebuza é acusado pelo Ministério Publico, de crimes de chantagem, falsificação de documentos, uso de documento falso, abuso de confiança, corrupção passiva para acto ilícito, associação para delinquir e branqueamento de capitais.

 

Entretanto, Ndambi Guebuza, sugeriu hoje que o Presidente da República, Filipe Nyusi, seja chamado para esclarecer a algumas penumbras sobre o projecto da Zona Económica Exclusiva (ZEE) e os valores de financiamento de que resultou o calote de 2,2 mil milhões de dólares ao Estado.

Numa das questões colocadas pela Ordem dos Advogados, assistente no processo das dívidas ocultas, sobre o impacto negativo que o calote trouxe ao país, Ndambi escusou-se de responder, remetendo a resposta a Nyusi. “O ex-ministro da Defesa (Filipe Nyusi) é a melhor pessoa para responder sobre os danos causados ao país” disse Ndambi, por duas vezes, quando questionado sobre se tem ou não consciência do impacto negativo que as dívidas ocultas trouxeram.

Perante esta resposta, a Ordem dos Advogados diz acreditar que o Chefe de Estado poderá ser arrolado como declarante pela defesa de Ndambi.

Em mais um dia de audiência, Ndambi Guebuza voltou a apostar numa estratégia de não cooperação. Às mais de duas dezenas de questões feitas pela Ordem dos Advogados, assistente no processo, optou sempre por ignorar.

“Não vou responder”, “não não vou falar sobre isso” ou “ já falei sobre isso ontem” eram as respostas.

Há motivações políticas no processo

O advogado de Ndambi Guebuza, réu no processo das dívidas ocultas, disse  que a detenção do filho do antigo Presidente da República Armando Guebuza é ilegal, considerando que há motivações políticas no processo.

“É uma detenção ilegal”, disse o advogado Isálcio Mahanjane, em declarações à comunicação social, à margem do julgamento do processo das dívidas ocultas que decorre em tendas montadas no espaço da cadeia de máxima segurança em Maputo, devido à logística envolvida.

“Arrisco-me a dizer que as motivações são políticas”, frisou o advogado do filho do ex-Presidente Armando Guebuza. Mahanjane tem argumentado pela ilegalidade da detenção com base numa alegada violação de prazos de prisão preventiva.

Ndambi Guebuza está entre os 19 arguidos que estão a ser julgados no processo das dívidas ocultas, que arrancou a 26 de agosto.

O antigo Presidente moçambicano, Armando Guebuz, esteve no tribunal nas sessões de segunda e terça-feira (30 e 31 de Agosto).

Segundo o Ministério Público, entre os diversos crimes que os arguidos terão cometido incluem-se associação para delinquir, tráfico de influência, corrupção passiva para ato ilícito, branqueamento de capitais, peculato, abuso de cargo ou função e falsificação de documentos.

Zebra/RM/lusa